segunda-feira, 23 de junho de 2008

Donnie Darko


Esquizofrénico como o seu protagonista, Donnie Darko fica-se entre um dos filmes mais inclassificáveis e notórios do século XXI. Realizado por Richard Kelly em 2001, que exibe aqui o seu forte talento por detrás das câmaras e no papel em retratar uma historia fora do comum no que se diga dos parâmetros do thriller paranormal ou no simples drama surreal que se deve muito ao cinema já criado por David Lynch. Donnie Darko é o nome de um jovem inadaptado no seu meio (Jake Gyllenhaal), que por milagre se safa da morte certa, com problemas emocionais e como já havia referido, esquizofrenia, Darko tem visões que o alertam do fim do mundo, dando-lhe uma contagem decrescente.
A intriga negra provem de um força narrativa lenta, obscura e sempre em sintonia com uma das bandas sonoras mais enigmáticas do seu tempo, no seu final ainda tem tempo de referenciar o neo-clássico de Paul Thomas Anderson, dando uma revisão às suas personagens enquanto evoca na banda sonora o single Mad World de Gary Jules, naquela que pode muito bem ser a melhor aparição de um momento musical num filme.
O elenco é encabeçado por Jake Gyllenhaal, o jovem actor é aqui uma aposta inicialmente arriscada, mas ganha conseguindo preencher os requisitos da sua personagem, Donnie Darko, segundo o cabimento da história em si, não conseguimos imaginar um Darko melhor que ele, e só para saberem este filme de Richard Kelly foi o seu veículo para uma afirmação mais acentuada no competitivo mundo cinematográfico. A maior parte do elenco conjuntivo é composto por jovens estrelas, algumas delas ainda longe do brilho de hoje, é no caso de Seth Rogen, com um pequeno e pouco destacado papel. A grande surpresa reside em Drew Barrymore, na melhor interpretação de sempre da sua carreira e com um carisma especial e o celebre actor Patrick Swayze que aqui encontra um forte motivo para abraçar o puro cinema em si.
Fantasmagórico, mas antevendo brilhantismo a um provável futuro autor. Donnie Darko poderá deixar de fora os mal-habituados com as fórmulas preguiçosas do género que se auto-titula, mas surpreenderá quem o encontrar a sua cerebração numa complexidade narrativa em todos os níveis. Sempre recheado com grandes momentos de puro cinema, Donnie Darko é arte cinematográfica de escuro calibre.

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