segunda-feira, 15 de setembro de 2008

The Godfather


A Épica Obra-Prima de Francis Ford Coppola, apresenta Marlon Brando no papel que lhe valeu o Oscar de melhor actor em 1972, como patriarca da família Corleone.
"I believe in America. America’s made my fortune". E é assim, com esta voz meio sussurrada meio gritada vinda das profundezas do ecrã, que começa uma das mais fascinantes sagas do Cinema. Depois, aos poucos, apercebemos que a câmara está a recuar lentamente, sempre esteve. O rosto de quem fala emerge desse negrume inicial e, em tom humilde, vai contando uma história de fé e descrença na democracia e na justiça. Majestoso, este travelling para trás demora três longos minutos, até revelar outro vulto, o de quem escuta, dedo na cabeça, em pose de infinita paciência. A voz esvai-se, a câmara pára. Pausa. Seco e cortante, o vulto interroga o homem sobre as suas intenções. Este levanta-se, contorna a secretária e segreda qualquer coisa ao outro. Pausa, um corte no plano, contra-campo e eis, Don Corleone, isto é “o padrinho”, isto é Marlon Brando, a afastar qualquer esperança de ajuda apenas com um simples gesto de dedos a coçar levemente a cara. Porque ele é a Família e a Família é sagrada e o homem ignorou-a sempre, até não ter para onde se voltar. Porque ele é o Poder e o Poder trata-se com respeito e absoluta reverência não de mão estendida como um vulgar pedinte. E pronto, está dado o mote para um dos projectos mais operáticos da história do Cinema. Porque quem pensa que “O padrinho” é um filme de gangsters engana-se redondamente. Não é! É uma sinfonia em três andamentos sobre o Poder, os seus corredores e vielas escuras, a sua infinita solidão.
Francis Ford Coppola mostra-nos um frio retrato da ascensão e queda do clã Siciliano e do poder na América, equilibrando majestosamente a história entre a vida da família Corleone e os negócios criminosos em que estão envolvidos. Baseado no romance de Mario Puzo e apresentando brilhantes interpretações de Al Pacino que encarna a personagem de Michael Corleone, James Caan que encarna a personagem de Santino Corleone e Robert Duvall que interpreta a personagem de Tom Hagen, este marcante e excepcional filme, obteve dez nomeações para os Prémios da Academia em 1972, vencendo três deles incluindo o de Melhor Filme.
Marlon Brando, que ganhou o Óscar pela sua interpretação como Don Vito Corleone, recusou-se a receber a estatueta em protesto pela discriminação feita pelo governo e por Hollywood aos índios americanos. Além de não comparecer à cerimónia, Marlon Brando mandou no seu lugar uma actriz que se fez passar por uma índia americana, de nome Sacheen Littlefeather.
The Godfather é simplesmente um dos melhores filmes alguma vez feito com interpretações fantásticas dum grande elenco de actores e uma historia absolutamente genial.

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