sábado, 16 de janeiro de 2010

Låt den rätte komma in


Låt den rätte komma in não é mais um filme de Vampiros. Este filme não é mais um filme sobre essa raça de sugadores de sangue. E apesar do actor principal, Oskar, ter 12 anos e existirem algumas cenas passadas na sua escola secundária, de forma alguma se deve pensar que possa existir alguma semelhança com coisas tipo “Crepúsculo”, onde a história, mais parece um episódio do “Beverly Hills, 90210”. Os Vampiros não são estupidamente belos, não andam na escola, precisam de beber sangue humano e sobretudo, não toleram a luz do sol.
Eli, a vizinha vampira de Oskar, fica com um ar doente quando já não consegue aguentar a falta da dose de sangue. Na carência de sangue, ela emite um som forte das entranhas, como se fosse um animal selvagem esfomeado. Se fosse exposta à luz do sol, iria desaparecer numa enorme combustão espontânea, tal e qual como sempre vimos acontecer nos Vampiros à moda antiga. Tem uma força física sobrenatural, é capaz de escalar paredes e não exibe caninos prontos a furar um pescoço desprevenido que encontre pelo caminho.
Eli chegou acompanhada de um homem. Ele era responsável por matar outras pessoas para obter sangue para a alimentar, evitando que ela tivesse de sair de casa para satisfazer essa necessidade vital à sua existência. Ele tinha uma maleta onde carregava todos os artefactos para matar e recolher o sangue das vítimas. E quando o vemos a preparar-se para sair para mais uma matança, até julgamos que estamos na presença de um “Dexter”, um assassino frio e incrivelmente meticuloso. A única semelhança talvez fosse na frieza com que matava, porque no resto, o tipo era uma nódoa. Custa a acreditar que ele já pudesse ter realizado essa operação com sucesso no passado. Da primeira vez, ele pendura a vítima num sítio tão iluminado como um estádio de futebol, num local que até se via de uma estrada próxima, onde passavam muitos carros. Da segunda, ele decide fazer a sangria, ignorando o facto da vítima ser aguardada por uns amigos no exterior do ginásio. Mas até estes pormenores devem ser enquadrados na forma natural e realista com que todas as cenas nos são mostradas. “Dexter” há só um. Ali, existe apenas um assassino imperfeito, que matava para alimentar quem ele mais amava, alguém por quem seria capaz de dar a vida sem hesitações.
O filme è uma interessante variação sobre o mais que explorado tema do vampirismo. Aterrorizado por valentões da escola, um solitário garoto de 12 anos, Oskar, se torna amigo de uma jovem e misteriosa vizinha, cuja chegada coincide com uma série de horríveis mortes e ataques. Mesmo descobrindo que ela é uma vampira, sua amizade com a estranha se torna maior do que o medo.

Sem comentários: