domingo, 31 de agosto de 2008

Pulp Fiction


Quentin Tarantino dirige esta homenagem à literatura pulp dos anos 40, contando uma história que envolve um gângster, um boxeador e dois assassinos profissionais.
Pulp Fiction retrata três histórias interligadas que são apresentadas de forma não cronológica. Numa, conhecemos Vincent Vega (John Travolta) e Jules Winnfield (Samuel L. Jackson), dois mafiosos que vão cobrar dinheiro.
Noutra história, Vincent tem que levar a mulher do seu patrão (Uma Thurman) para se divertir enquanto ele viaja, mesmo com todos os boatos que rodeiam o caso.
Por último, conhecemos Butch Coolidge (Bruce Willis), um lutador que deve lutar num combate com um vencedor já definido.
Todas estas histórias têm algo em comum, falam todas de um mundo de crime, sexo, violência e drogas. Resumindo, estão garantidas mais de duas horas de pura diversão com o humor negro que só um génio como Quentin Tarantino sabe oferecer. E como já é habitual no realizador, o filme não segue um fio cronológico linear. Opta em vez disso por contar as histórias sem um tempo de base definido, mas no entanto, nunca nos sentimos perdidos, pois no final tudo se encaixa perfeitamente bem. Isto deve-se aos pequenos detalhes que surgem numa cena e que parecem não ter importância, mas que são explicados mais á frente.
Além dos detalhes e do modo como a história é contada, outro aspecto que chama a atenção no argumento de Pulp Fiction é o modo como Quentin Tarantino trata assuntos delicados de maneira tão singular e peculiar. Os diálogos são fortes, extremamente bem desenvolvidos e na maioria das vezes apresentam um humor negro que noutros filmes não têm piada. Mas aqui tudo parece tão natural, que consegue proporcionar uma visão única do dia-a-dia das personagens e dos assuntos abordados.
Outra marca inesquecível é a trilha sonora, escolhida a dedo por Quentin Tarantino, facto constante em todos os seus filmes, que dá classe às cenas e aos momentos do roteiro e que possui clássicos como Chuck Berry e Ricky Nelson; surf music de alta qualidade com Dick Dale & His Del-Tones, The Tornadoes, The Revels, The Centurions e The Lively Ones; além, é claro, da gravação das falas de cenas marcantes do filme como a leitura de uma passagem bíblica por Samuel L. Jackson.
O elenco é de luxo: desde a grande interpretação de John Travolta, passando por Samuel L. Jackson, Christopher Walken, Bruce Willis, Uma Thurman, a portuguesa Maria de Medeiros, até ao pequeno papel de Quentin Tarantino. Todos eles estiveram tão bem nos seus papéis que é complicado destacar apenas um. Estas interpretações de qualidade devem-se precisamente ao argumento e originaram momentos únicos, tensos, divertidos e memoráveis da história do cinema.
Todo o mérito do sucesso de Pulp Fiction é de Quentin Tarantino. Gastou apenas 8 milhões para fazer um dos melhores filmes de sempre e facturou mais de 200 em todo o mundo. É um excelente realizador e director de actores e filma como ninguém. Escolheu por diversas vezes cenas longas, mas que nunca se tornam cansativos.
Pulp Fiction é uma obra genial e impossível de definir numa só palavra. Foi igualmente o filme que revolucionou o cinema independente Norte Americano.

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