domingo, 24 de agosto de 2008

Fight Club


Fight Club é um filme poderoso realizado por David Fincher e com uma dupla de actores fabulosa (Edward Norton e Brad Pitt).
Jack (Edward Norton) vive desesperado por escapar da sua vida monótona e apesar de ter tudo o que quer, tem um grande problema: insónia crónica, que o torna desesperado por escapar à monotonia da sua vida. Uma das críticas do filme, com o humor negro que se verifica ao longo do filme, é às típicas dezenas de grupos de todos os tipos para apoio a doentes: cancro dos testículos, tumores, tuberculose, entre outros, que são retratados com sarcasmo através de Jack e Marla (Helena Bonham Carter). Ambos sabem que não estão doentes, mas acham que precisam de frequentar as sessões dos grupos de apoio e para não se denunciarem um ao outro chegam ao cúmulo de dividir os grupos entre si para não se encontrarem.
Numa das suas muitas viagens de avião, Jack conhece Tyler Durden (Brad Pitt), um vendedor de sabão com uma filosofia de vida que rejeita o consumismo, o materialismo da busca incessante por objectos de que não precisamos e só servem para alimentar ilusões, as rotinas diárias que nos desgastam. Depois do seu apartamento ir literalmente pelos ares, Jack contacta Tyler para lhe pedir se podia ficar em sua casa e daí a criar o Clube de Combate foi um pulo. Começam a lutar num parque de estacionamento de um bar, procurando na violência a sensação máxima para se libertarem das frustrações da vida e testar as suas potencialidades. Alguém os observa e pouco a pouco o clube torna-se bastante famoso e ganha inúmeros membros prontos a lutar por gozo. Tyler explica-lhes que são uma geração nascida a meio da História, trabalhando em postos de gasolina ou atrás de colarinhos brancos atrás de secretárias, não têm nenhuma Guerra Mundial para lutar nem Grande Depressão como a desde 1929, a guerra agora é espiritual e a depressão são as vidas deles.
O final de Fight Club, um filme que questiona de forma tão frontal o espaço social, as ideologias, onde se dá o confronto da imaginação e do real e das certezas e idolatrias dos nossos dias, deixa algo por explicar, algo em aberto.
A Arte não incita violência. A arte não inspira violência. A Arte é o espelho da sociedade. O filme analisa a violência, disseca as raízes da frustração humana. E uma cultura que se negue e condene examinar a violência, é deveras irresponsável, alarmante e aterradora. Tyler anunciava aos restantes membros do clube que a primeira regra do Fight Club era: “You do not talk about Fight Club”, e a segunda era: “You do not talk about Fight Club!”. Esqueçam a inexequível regra, “Fight Club” perdurará indeterminadamente nas bocas cinéfilas.

1 comentário:

Vítor disse...

Sem dúvida grandioso filme...E o final (com "Where is my mind" dos Pixies - de fundo)é no mínimo estrondoso..A cereja no topo do bolo...

Continua, Abraço