terça-feira, 8 de julho de 2008

Elephant



O filme Elephant, do americano Gus Van Sant, recebeu hoje a Palma de Ouro do 56º Festival de Cinema de Cannes. Gus Van Sant também recebeu o prémio de melhor realizador do festival.
Ao receber a Palma de Ouro, Gus Van Sant afirmou que durante anos quis apresentar um filme no Festival de Cannes e terminou seu agradecimento com um "Viva a França!"
O nome do filme faz referência a uma parábola budista na qual vários cegos tocam um elefante, e cada um o descreve de acordo com a parte que tocou, a pata, a cauda, a orelha ou tromba, mas nenhum é capaz de imaginar o animal em sua totalidade. Este filme que tem um fundo verídico, é um filme onde se conta a história de dois jovens digamos que perturbados, que decidem, certo dia levar armas para a escola de Liceu de Columbine, e matar uns tantos alunos.
É uma história é muito boa, um filme inspirado numa história real é onde mostra que alem da história tem uma moral muito boa devido a mostrar que a vida é muito boa para se perder e para se desistir dela.
A grande mais valia deste filme perturbante, é a câmara poética, e ao mesmo tempo distante, de Gus Van Sant. Em Elephant, a imagem tem o seu tempo respira e contempla, criando a ilusão do real. Mas esse tempo por vezes, é distorcido a belo prazer pelo cineasta, com constantes flashforwards que trocam as voltas ao espectador, mas que nunca o confundem, mas sim surpreendem pela audácia. Uma palavra também para os pontos de vista dos personagens, que são fulcrais à construção da tensão, esbarrando uns nos outros e ao mesmo tempo complementando-se.
Na sua forma de realização está bem elaborado pois mostra-nos a vida de vários jovens no, ao que tudo indicava, o seu normal dia de aulas. Eli (Elias McConnell), John (John Robinson), Acadia (Alicia Miles), Michelle (Kristen Hicks), Brittany (Brittany Mountain) e Jordan (Jordan Taylor) são alguns desses jovens. Seguimos o percurso de cada personagem muito lentamente, eles a andarem pelos longos corredores, de costas para o público, pelos longos corredores da escola, a repetir várias vezes a mesma cena. Na minha opinião um filme com uma realização diferente. e um impressionante clima criado por Gus Van Sant, aliado à calma, em que se vai passando o dia naquela escola, pressentimos ao mesmo tempo que algo de terrível vai acontecer.
Um liceu onde parece que é um pouco banal, mas revela um pouco de frieza, isto é apesar de ser um mero liceu parece que este tem algo obscuro.É de salientar que Gus Van Sant não utilizou um guião, mas sim um outline para que os não actores pudessem ter a liberdade de aplicar as suas próprias personalidades nos personagens.

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