quarta-feira, 23 de julho de 2008

Le Fabuleux destin d'Amélie Poulain



Le fabuleux destin d'Amélie Poulain (O fabuloso destino de Amélie Poulain), é um filme francês realizado por Jean-Pierre Jeunet em 2001 e que vem acumulando elogios por todo o lado que passa. Na França de origem o filme foi aclamado e teve bilheteira gorda, chegou aos Estados Unidos e conquistou o público, e ainda se tornou o filme francês de maior bilheteira no país.
Após deixar a vida de subúrbio que levava com a família, a inocente Amélie (Audrey Tautou) muda-se para o bairro parisiense de Montmartre, onde começa a trabalhar como garçonete. Certo dia encontra uma caixa escondida no banheiro de sua casa e, pensando que pertencesse ao antigo morador, decide procurá-lo ­ e é assim que encontra Dominique (Maurice Bénichou). Ao ver que ele chora de alegria ao reaver o seu objecto, Amélie fica impressionada e adquire uma nova visão do mundo. Então, a partir de pequenos gestos, ela passa a ajudar as pessoas que a rodeiam, vendo nisto um novo sentido para sua existência. Contudo, ainda sente falta de um grande amor.
Le Fabuleux destin d'Amélie Poulain é uma fábula. Adquire esta ideia antes de ver o filme e você desfrutará de 2 horas de pura magia cinematográfica. A música é parte do encanto do filme. Combina acordeão com sons lúdicos, que ajudam a transpor a magia do conto de fadas para além da visão. A fotografia é colorida com tons pastéis fortes, pouco vistos no cinema. A liberdade com o visual permite que se utilize desde recursos de videoclipe até mesmo computação gráfica, sem que isso estrague o filme. As personagens são pessoas como as que se vê nas ruas o que vai ajudar a criar um clima de cumplicidade e aliado à brilhante interpretação de todos eles, o filme consegue torná-los especiais e memoráveis.
No filme existem cenas de pura contemplação que, com certeza, seriam eliminadas de um filme norte-americano. Ouvir Edith Piaf ecoando nas paredes do metro foi delicioso, assim como subir as escadarias do parque, seguindo as pistas de Amélie. Mas o momento que define o filme, na minha opinião, é quando a personagem principal faz um pequeno tour com um ceguinho na rua. Aquilo encantou-me de tal maneira que eu saí do cinema com a alma lavada, com a crença de que no mundo ainda existem pessoas que se preocupam com as outras. Digo isto não pensando na personagem Amélie,mas sim, em todos que fizeram este filme. Pessoas que se preocupam com a mensagem que é passada nos momentos de lazer.
A actriz Audrey Tautou tem uma interpretação excelente, e merecia um Óscar (o filme ganhou o Óscar de melhor filme estrangeiro). O seu olhar, as suas caras e bocas, seu jeito de falar, ela é simplesmente cativante e faz nos acreditar que ali estamos a ver uma pessoa de alma pura.
A música também é fantástica composta por Yann Tiersen, que usa com mestria a tradicional marca sonora francesa, o acordeão, lindamente misturado com violinos e sons lúdicos e inusitados, como uma caixinha de música, um xilofone e até mesmo uma máquina de escrever.

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