sexta-feira, 4 de julho de 2008

Poltergeist



"Eles estão aqui". Foi com esta frase que a atriz mirim, então com sete anos, Heather O'Rourke apresentou ao mundo um dos melhores filmes de terror da história, Poltergeist de 1982. Criado e produzido pelo cineasta Steven Spielberg e realizado por Tobe Hooper, o filme marcou época e continua sendo classificado como uma das melhores produções do gênero.
O filme inicia-se muito bem, com um bom ritmo, humor á mistura e uma exploração dos terrores infantis excepcional, Steve Freeling (Craig T. Nelson) e Diane Freeling (JoBeth Williams) têm ultimamente observado fenómenos bastantes estranhos ocorridos dentro de sua casa, objectos que movem sozinhos e de maneira estranha, mudanças climáticas repentinas, espectros e vozes.
O que parece sem importância logo toma proporções trágicas quando durante uma noite chuvosa, a pequena Carol Anne (Heather O'Rourke) desaparece misteriosamente. Vista pela última vez no quarto onde dormia, a garota simplesmente desaparece do mundo físico sendo levada para uma dimensão paralela. A única forma de contato que a família consegue ter com a menina será através de uma televisão ligada em um canal sem sintonia e que por este motivo está aberto para receber sinais e ondas de vários tipos e freqüências.
Procurando auxílio, a família vai recorrer à parapsicóloga Dra. Lesh (Beatrice Straight) e posteriormente a vidente Tangina Barrons (Zelda Rubinstein). Esta última vai ter fundamental importância para a trama por servir como elemento de ligação entre o mundo físico e o espiritual, além de apresentar o motivo pelo qual a garota tenha sido escolhida por estes espíritos. De acordo com Tangina, Carol Anne representa uma presença viva no plano espiritual onde está sendo mantida e que estas almas que estão com ela vêem na energia vital da criança a força que eles não possuem, mas que passam a ter por estarem com ela. A vidente ainda alerta a família para uma terrível presença que sentiu próximo da garota e que é forte o suficiente para fazê-la vagar numa dimensão paralela definitivamente caso algo não seja feito.
O filme Poltergeist fez enorme sucesso de público e de crítica. Grande parte deste fenômeno de bilheterias se deu pela combinação de vários elementos que fazem a produção parecer um filme de terror de luxo. A história, bem construída, tem seu desenvolvimento feito de forma eficaz. Os efeitos especiais criados pela Industrial Light & Magic (ILM) de George Lucas são muito bem realizados, demonstrando um cuidado grande com a parte técnica. A bela trilha sonora composta pelo excelente Jerry Goldsmith foi indicada ao Oscar, assim como para efeitos sonoros e efeitos especiais. O sucesso da película também acontece pelo eficiente clima de medo que é construído durante o filme até o apoteótico final. Medo este que não é criado simplesmente através de cenas fortes, mas por situações que conduzem o espectador quase a um medo infantil, como os filhos do casal Freeling, tal como o pavoroso palhaço que fica no quarto das crianças, a piscina de esqueletos, a primeira aparição das entidades espirituais, entre tantas outras.
A velha história da casa assombrada marcou pela excelente forma como foi conduzida pelos seus realizadores, por possuir autênticos momentos de medo, além de um elenco impecável e também pelo trágico desfecho da actriz Heather O'Rourke que faleceu repentinamente logo após terminar de gravar o terceiro capítulo da série (Poltergeist3), em 1988, aos 12 anos.

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