terça-feira, 8 de julho de 2008

Nosferatu, eine Symphonie des Grauens




Nosferatu, Eine Symphonie des Grauens é um clássico do cinema mudo.
Em 1921, F.W. Murnau decidiu fazer um filme de terror, que seria a primeira adaptação do romance de Bram Stoker, "Dracula". No entanto como os direitos de utilização da obra foram-lhe negados, F.W. Murnau simplesmente mudou o titulo para Nosferatu, e os nomes das personagens, sendo "Count Orlok" o nome do Dracula, prosseguindo assim com a produção do que viria a ser um clássico do género do terror. Mais tarde, devido a um processo em tribunal com a viúva de Bram Stoker, todas as películas que continham o filme foram queimadas, havendo no entanto, felizmente, algumas que se salvaram. Ainda que não seja a história original de Drácula, as semelhanças são inevitáveis. Max Schreck (misterioso actor que encarna a personagem de Orlock) e F.W. Murnau conseguiram criar uma imagem do vampiro que iria permanecer para sempre no imaginário de alguns.
O vampiro Count Orlok (Max Schreck) expressa interesse em adquirir uma nova residência e recebe a visita do agente imobiliário Hutter (Gustav von Wangenheim), que faz a viagem ignorando os avisos do povo sobre as forças do mal que coabitavam aquele castelo. Orlok ganha então um particular interesse em Ellen (Greta Schröder), esposa de Hutter, partindo então para a cidade, arrastando a peste com ele. As essências das histórias de terror que percorreram o mundo durante séculos são aqui mantidas: cidades medievais, símbolos religiosos, as doenças mortais, a histeria em massa, os castelos, os navios assombrados. Um ambiente arrepiante.
Nosferatu, eine Symphonie des Grauens é um filme surpreendente, por ser o pioneiro filme de vampiros, que possui uma ausência de clichés recentes como por exemplo Orlock aparece reflectido num espelho, não há dentes caninos relevantes, a dentada é na zona central do pescoço e não há setas nem balas de prata.
Muitas histórias são contadas a propósito da personagem interpretada por Max Schreck, que se tratava de um vampiro verdadeiro. Histórias aparte, a verdade é que a maior parte da equipa de filmagens nunca o chegou a ver sem a caracterização do vampiro. A cena em que a sua sombra é projectada na parede enquanto lentamente sobe as escadas, fica na memória de qualquer um de nós. Aquele aspecto desengonçado, as orelhas em bico, as unhas longas e os olhos, que nunca piscaram durante o filme, afundados na sua cara.F.W. Murnau foi um pioneiro, e um dos melhores realizadores alemães de sempre. Nosferatu é um filme excitante que tem qualidade e merece ser reconhecido.

Sem comentários: